sábado, 14 de abril de 2007

Dirceu continua preocupado

O ex-todo-poderoso-super-ministro José Dirceu está realmente muito inquieto. Voltou ao seu blog nesta sexta para continuar de forma "fraterna e respeitosa" o que chamou de "uma polêmica necessária" com Altamiro Borges, de forma a trazer de volta à "sanidade" PCdoB e MST que participaram no dia 25/03 ao lado do PSTU, PSOL e CONLUTAS de um encontro pautado "por uma agenda inexistente, contra projetos fantasmas ou idéias apenas especuladas em certos círculos".

Dirceu sabe que mesmo que o presidente sinta-se completo e realizado com seus parceiros de destaque do PMDB e cercado de super-heróis como os usineiros, o apoio incondicional do PCdoB e do MST é fundamental para que Lula conclua a agenda "democrática e popular" acertada com Bush e com o FMI.

Temos que concordar com o ex-ministro em ao menos uma coisa: ele tem "motivos de sobra para se preocupar com esse evento" e o principal deles é que o movimento de massas brasileiro está voltando à cena com força e dessa vez para "derrotar o projeto liderado pelo presidente Lula".

* Agradecimentos ao camarada Douglas Borges pelo comentário com a dica da réplica em "Dirceu preocupado".

2 comentários:

Anônimo disse...

Se é para tornar o debate explosivo, vou colocar no blog do PSTU um texto incendiário da LBI. Pelo que li, Dirceu deve agradecer ao PCdoB e a CSC por participar do Encontro do dia 25. Tou em dúvida quero ver o debate troar!!!!!!!
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PSTU, chantageado pela Intersindical, segue a reboque da política da CMS governista

Ocorreu em São Paulo, neste final de semana, dias 14 e 15 de abril, a plenária nacional da Conlutas. Contando com a participação de 120 ativistas e dirigentes sindicais de o todo o país, a atividade teve como tema central o debate sobre os encaminhamentos a serem tomados após o Encontro Nacional do dia 25 de março, uma discussão cujo pano de fundo foi a relação da Conlutas com a Intersindical e com a própria CMS governista. No primeiro dia da reunião também se debateu as diversas concepções sindicais no interior da Conlutas.


Danielle Cordeiro, ativista da Oposição Bancária do Ceará e militante da LBI,
intervém na Plenária Nacional da Conlutas

O PSTU defendeu que a presença de representantes do MST e da CSC/PCdoB no encontro do dia 25 havia se constituindo em uma grande vitória porque sinalizava que um setor da CMS que apóia o governo no movimento de massas estava tencionado por suas bases a lutar contra os ataques do Planalto, ainda que não estivesse disposto a romper com Lula. Segundo as palavras de José Maria de Almeida, a Conlutas deveria aproveitar essa “crise” na base da CMS governista para trazer esses setores para a luta, tencionando-os a romper com o governo. Para o PSTU, a base dessa “unidade” seria o programa aprovado no Encontro Nacional.

Emanuel Melato, dirigente da Intersindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, filiado à CUT, convidado ao debate sobre concepção sindical, informou que estavam marcadas reuniões com a CMS, ou seja, com a CUT governista, UNE “chapa branca” e MST, para discutir um texto conjunto com o objetivo de intervir nas lutas do próximo período, posição que a Intersindical era favorável.

A partir dessa premissa abriu-se todo um debate no plenário sobre como a Conlutas deveria se portar frente à luta contra a Emenda 3, o caráter dos atos do 1º de Maio e o calendário de atividades para o próximo período.

Vários dirigentes do PSTU defenderam que o eixo de qualquer negociação com a CMS era a luta contra as reformas. Como todo um setor do plenário resistiu à possibilidade de ações conjuntas e, inclusive, manifestos comuns com a canalha da CUT, o debate acabou se polarizando a partir de intervenções da LBI e de militantes de base da CST que se colocaram contrários a essa unidade.

Vendo que o plenário da reunião nacional da Conlutas se posicionava à esquerda, o PSTU começou a afirmar que defendia a proposta de negociar com a Intersindical que a “condição” de qualquer unidade com a CMS deveria ter como base a luta contra as reformas, explicitando que o governo Lula era o responsável por elas. Nesse debate, o PSTU afirmou que os setores que se negavam a denunciar diretamente o governo eram as pastorais sociais da Igreja, o MST, a Assembléia Popular e o Jubileu Sul, responsabilizando-os por, de fato, proporem uma plataforma mais rebaixada do que o PSTU apresentava para as lutas. A Intersindical não foi incluída nesse campo frente-populista.

A falsidade desta afirmação do PSTU foi demonstrada quando se abriu o debate ao plenário. A convocatória do Encontro Nacional e o próprio cartaz do mesmo, cujo grosso das entidades assinantes eram ligados a Conlutas e a Intersindical, não citava o governo Lula e suas reformas. Pior, o que seria um “encontro nacional contra as reformas” virou um “encontro nacional por direitos” por pressão da Intersindical e das Pastorais da Igreja Católica. Logo depois do dia 25, as entidades que compõe a Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais (CNESF), cuja maioria é ligada à Conlutas e à Intersindical, lançaram uma nota contra o arrocho salarial provocado pelo PAC, que não falava uma só palavra contra o governo Lula. Nem o citava! Essa campanha unificada foi saudada pela Conlutas como um “grande avanço”!

O principal agrupamento sindical responsável por engessar a Conlutas e colocá-la a reboque da CMS, impondo um programa rebaixado, que não arma a luta contra o governo, é a Intersindical, hegemonizada pelo PSOL e integrada inclusive por setores da CUT governista. Isso se dá porque o PSTU deseja estabelecer uma unidade orgânica, uma fusão de aparatos com a Intersindical, seu aliado preferencial, reeditando no movimento sindical a “frente de esquerda” que se constituiu nas eleições pela via da candidatura presidencial de Heloísa Helena. Inclusive, o PSTU apresenta o Encontro Nacional como conseqüência daquela frente.

Diante dessa prévia capitulação da Conlutas ao programa imposto pela Intersindical e a “ala esquerda” da frente popular (MST, Pastorais Sociais, etc) a própria CUT divulgou que “A CMS convocou toda sua representação nacional e regional para estar presente nas atividades do 1º de maio na Praça da Sé” (sítio da CUT, 14/04). A principal atividade do calendário de lutas aprovado no Encontro Nacional neste semestre, o 1º de Maio da Sé, de tão inofensiva, acabou sendo adotada pela CMS governista!

No domingo, o PSTU partiu para um contra-ataque cínico ao questionamento feito por militantes da LBI no dia anterior, no debate sobre concepção sindical, de que o PSTU havia fechado com a patronal um acordo na LG-Philips que permitia a flexibilização trabalhista e, anteriormente, aceito um PDV na GM. O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luis Carlos Prates, trouxe excepcionalmente outros membros da entidade para usá-los como porta-vozes de seus desmoralizados acordos com a patronal. Após realizar acordos “a la Articulação”, avalizando o PDV e a flexibilização trabalhista, na reunião, o PSTU recorreu às mesmas desculpas cínicas copiadas também da alta burocracia cutista metalúrgica para justificar a aprovação do último PDV na Volkswagen. Alegou que a proposta patronal havia sido aprovada em assembléia, que o acordo anti-operário não era de responsabilidade da direção mas dos próprios metalúrgicos que votaram contra si na assembléia do sindicato, afinal, “o PSTU defende a democracia operária”!!!

Toda essa dura polêmica foi travada sob os olhares passivos de representantes da LER na reunião, que apesar de intervir, não falou uma palavra sequer sobre a traição do PSTU em São José dos Campos. A conduta da LER é de completa covardia política. Enquanto denuncia em seu sítio o acordo com a LG-Philips promovido pelo PSTU como “um mau exemplo na luta contra a reforma trabalhista”, seus militantes, no momento em que ficam cara-a-cara com os executores da traição, metem o “rabo entre as pernas” e se calam sob a disciplina da própria política reformista que formalmente criticam. A prática da LER é uma cópia exata da conduta adotada pela TPOR na CUT. A corrente lorista “vomita” uma suposta ortodoxia programática, defendendo “travar um combate para tirar a CUT das mãos do governo”. Porém, quando seus militantes, para cumprir essa tarefa, tinham por obrigação combater a burocracia governista nos fóruns da CUT, fogem da batalha política, sequer intervindo nos congressos, plenárias e atividades cutistas.

Ao final da reunião, o PSTU aprovou, sob a passividade das demais correntes políticas presentes no plenário (CST, FOS, Espaço Socialista, LER e “independentes”) um verdadeiro “cheque em branco” à direção nacional da Conlutas para negociar as bases da “unidade” com a Intersindical e a CMS.

A representante da Oposição Bancária do Ceará, Danielle Cordeiro, propôs um plano de luta para mobilizar as bases sindicais, a convocação de um congresso nacional de base do movimento operário e popular, rumo à construção da greve geral contra o governo Lula e suas reformas. Por fim, a LBI propôs e aprovou no plenário uma moção para que a Conlutas se posicione ativamente pela liberdade imediata e contra a extradição de Cesare Battisti, ex-militante da esquerda armada italiana, que foi preso no Brasil, pela PF de Lula, em ação conjunta com os organismos de inteligência e repressão do imperialismo europeu.

Anônimo disse...

Abaixo as calúnias das seitas que não querem a unidade das forças de esquerda. Pelas mudanças necessárias para fazer o país avançar!
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Jornada de Lutas de Maio
http://www.csc.org.br

Em reunião realizada na noite de segunda-feira, 9/4, em São Paulo, representantes das Forças Políticas de Esquerda decidiram realizar em todo o território nacional uma "Jornada de Lutas de Maio", que compreenderá os dias 21, 22, 23 e 24 do próximo mês, reservando-se para 23/5 o "Dia Nacional de Mobilização" em defesa dos direitos sociais.

A reunião contou com a presença de dirigentes da Via Campesina, CMS, MST, Intersindical, UNE, Conlutas, CSC, CONAM, Marcha Mundial das Mulheres e Assembléia Popular. A mobilização deverá ser organizada unitariamente nos Estados. A reunião das Forças Políticas de Esquerda levantou a necessidade de garantir a construção de um espaço unitário para preparar as próximas mobilizações nos Estados e em âmbito nacional. Destacou-se também que é preciso fortalecer o calendário nacional de lutas de todas as entidades, como é o caso do 17 de abril; reforçar a campanha pela anulação do leilão da Vale do Rio Doce e construir uma mobilização unitária para o segundo semestre em Brasília. Quanto ao 1º de Maio a idéia é trabalhar, em todos os Estados, para organizar manifestações unitárias e de luta.

Ficou marcada uma próxima reunião do grupo para 23 de abril em São Paulo. Na opinião do coordenador nacional da CSC, João Batista Lemos, "trata-se de uma iniciativa muito positiva no sentido de unificar o conjunto dos movimentos sociais na luta em defesa dos direitos sociais e das mudanças".