No dia 01/04 através de seu blog, José Dirceu demonstrou-se muito preocupado com o Encontro Nacional contra as Reformas Neoliberais realizado no dia 25/03. Primeiro porque o encontro não propôs "nenhuma pauta positiva, apenas uma plataforma contra as reformas trabalhista, previdenciária, sindical e universitária". O que segundo o petista, seria lutar "contra fantasmas", pois "não há qualquer projeto do governo, público ou reservado, que altere as relações trabalhistas ou os direitos previdenciários", e as demais reformas são "tudo de bom".
A outra razão da preocupação de Dirceu, seria a "presença do MST e da Corrente Sindical Classista (setor da CUT ligado ao PC do B) na reunião do domingo passado, ao lado da Conlutas, do PSOL e do PSTU", o que poderia significar a ruptura do "bloco democrático-popular forjado nos últimos vinte anos". Confessou estar "surpreso em ver essa histórica sigla associada a correntes que não hesitaram em se colocar ao lado da direita nos ataques ao governo Lula".
Dirceu atiçou e alguém do PCdoB tinha que se explicar, afinal se estão no governo e sustentam Lula como é que vão lutar contra as reformas de Lula? Saiu do jornalista Altamiro Borges, dirigente do PCdoB, uma resposta às inquietações do ex-ministro. No artigo, "temores exagerados de José Dirceu", Altamiro, entre acusações já de praxe de esquerdismo e sectarismo lançadas ao PSTU, teve de afirmar que o encontro "evidenciou a existência de um saudável sentimento de resistência a qualquer medida de regressão nos direitos sociais".
Pois é Zé... pode ficar preocupado. Os grilhões que o PT e a CUT impuseram ao movimento social brasileiro estão sendo rompidos. As "assombrações" que se cuidem.
2 comentários:
É camaradas...
Parece que os mais ferrenhos defensores de Lula se sentem incomodados com nossa presença e nossa força. O fato do mensaleiro mor dedicar um texto e uma réplica à um dos principais quadros do PCdoB para manifestar sua preocupação com nosso encontro é prova de que a unidade no classismo e uma linha clara de enfrentamento aos ataques promovidos por Lula podem abrir fendas no monolito do lulismo.
O velho argumento de se ”fazer o jogo da direita” beira o ridículo. Um mês depois de Lula receber de braços abertos Bush (será que Bush não é de direita?), e agora sob a declaração do presidente de que “sempre quis o PMDB como parceiro de destaque” (esse é o tal bloco democrático-popular de que fala Dirceu?), além dos inúmeros episódios que vemos dia-a-dia, a pergunta que fica para o ilustre mensaleiro é: se fazemos o jogo da direita porque então ela está com Lula? Os recordes anuais de lucros dos bancos respondem essa pergunta.
Enfim, o ano começa com os ventos soprando à favor da unidade e da luta consciente contra qualquer ataque à nossa classe... da mesma forma que contra quem apóie estes ataques, no caso a CUT, Força Sindical e UNE. O fato é que parece que entramos num novo momento da luta de classes no país. Uma polarização se concretiza depois do dia 25, de uma lado o governismo e seus tentáculos tentando aprovar medidas ditadas pelo FMI e o Imperialismo, do outro, uma articulação de todos os contrários à essas medidas, contra Lula, suas reformas e seus capachos. Não há mais espaço para o meio termo.
Que dizer para nossos temerosos corruptos governistas?
O encontro foi somente o primeiro passo!
Muita luta camaradas. Eles já não podem mais nos ignorar.
Até o socialismo, sempre!
Douglas Borges, Campinas.
Dirceu e Altamiro estão errados. Dirceu por temer o minúsculo e, sempre, denuncista PSTU. Altamiro por defender qualquer iniciativa vinda do esquerdismo. De boas intenções o inferno está cheio, disso devia saber Altamiro.
Postar um comentário