segunda-feira, 30 de abril de 2007

Primeiro de maio classista em todo o país

O primeiro dia do trabalhador do segundo mandato do governo de Frente Popular de Lula será marcado por uma nova perspectiva de unidade classista no país.

Enquanto CUT e Força Sindical seguirão realizando festas ao lado de governos, prefeituras e empresários de todo o Brasil, o Fórum Nacional de Mobilização, nascido no Encontro Nacional do dia 25 de março, estará realizando diversos atos que além de recuperar a tradição classista e de luta do primeiro de maio, estará reforçando a campanha contra as reformas neoliberais de Lula.

Em São Paulo, o ato será realizado na Praça da Sé e contará com a participação da CONLUTAS, Intersidical, PSTU, PSOL, CSC, MST, MTST e Pastorais Operárias.

Todos estão convocados a engrossar as fileiras das manifestações em suas cidades. E após a participação nas mesmas, fica o convite a deixar aqui no blog o comentário de como foram os atos.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Vejam o que encontrei no site da LBI sobre o primeiro de maio. O que me dizem?

A que serve a política de “unidade” com o PCdoB?

O 1° de Maio da Praça da Sé, em São Paulo, uma das principais atividades “abraçadas” pelo Encontro Nacional do dia 25 de Março, impulsionado fundamentalmente pela Conlutas e a Intersindical, terá entre um dos seus oradores principais o representante da Corrente Sindical Classista (CSC), ligada ao PCdoB.

A presença da CSC foi saudada entusiasticamente pelo PSTU. Em um artigo intitulado “Unidade contra as reformas se fortalece no 1° de maio de luta” a direção do PSTU anuncia: “Além da Conlutas, da Intersindical, das pastorais sociais e CEB, assinam a convocatória do 1º de Maio classista importantes setores sindicais e dos movimentos sociais e populares, como MTST, MTL, Must e Conlute. O MST e a CSC (corrente sindical ligada ao PCdoB), que não são parte do fórum e ainda não romperam com o governo, também participarão dos atos em várias capitais do país” (grifo nosso).

A “unidade” com a CSC em torno do 1° de Maio é apresentada pelo PSTU como a ante-sala da ruptura do PCdoB com o governo Lula. Para o PSTU, o PCdoB, que “ainda não rompeu com o governo Lula”, caminha a passos largos nessa direção, portanto a “unidade” com esses setores deve ser saudada como uma grande vitória para se combater as reformas neoliberais!

Como esse debate em torno da “unidade” determinará os próximos passos a serem tomados por toda uma importante parcela da vanguarda classista, em função da Conlutas, dirigida pelo PSTU, aglutinar uma ampla franja dos lutadores, a LBI vem, no próprio 1° de Maio, travar esse debate tão importante diretamente com os ativistas combativos, que não por acaso, vêem, no mínimo, com tremenda desconfiança esse processo.

Não precisamos lembrar que durante todo o primeiro mandato o PCdoB conformou a tropa de choque do governo Lula, seja no parlamento, via presidência-tampã o da Câmara dos Deputados por Aldo Rebelo, seja no movimento de massas, integrando a canalha da CUT “chapa branca” para salvaguardar o Palácio do Planalto. Aldo chegou a enquadrar os militantes do MLST na famigerada “Lei de Segurança Nacional” da ditadura militar.
Por conta dos bons serviços prestados o PCdoB chegou a controlar dois ministérios.

No segundo mandato de Lula o PCdoB teve seu peso político reduzido no interior da ampla coalizão burguesa constituída. Foi derrotado pelo PT na eleição da presidência da Câmara e ficou com apenas um ministério, o dos Esportes, sem, no entanto, controlá-lo de fato. Além de ser obrigado por Lula a manter um nome sem expressão à frente do ministério, o PCdoB se ressente que o grosso da estrutura da pasta foi loteada entre o PT e outros partidos para abocanhar o gordo volume das verbas para os jogos pan-americanos.

No curso da própria disputa da presidência da Câmara, o PCdoB iniciou um processo voltado a “cavar” mais espaço no quadro de forças que sustentam o governo. O chamado “Bloco de Esquerda” na Câmara dos Deputados, com o PSB e o PDT, foi a primeira expressão dessa política. Vale recordar que a candidatura de Aldo a reeleição na Câmara, lançada pelo bloco, foi apoiada pela “direita” tradicional como o PFL e a ala do PSDB ligada a FHC.

Agora essa manobra está em curso no movimento sindical, como revelou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo em entrevista ao Correio Braziliense, reproduzida em vários trechos no próprio sítio do PCdoB. Nesta, Rabelo afirma: “Assim que o PCdoB estiver com o bloco de esquerda (PCdoB, PSB, PDT) consolidado no plano político, vai jogar sua forças para organizar uma nova central... Se não houver mudança, a tendência é a Corrente Sindical Classista se retirar da CUT e se juntar a outros grupos para formar uma nova central” (Vermelho, 29/04).

Da mesma forma que o PCdoB busca com o “Bloco de Esquerda” garantir espaço e verbas no governo Lula, inclusive apontando para o seu apoio a Ciro Gomes em 2010, como parte dessa barganha no marco das forças governistas, pretende “consolidar” essa política no plano sindical. Esse processo já está em curso. Um setor da Força Sindical que se distanciou de Paulinho via um curso ainda mais à direita, acaba de romper e negociar formar uma nova central, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) com a CGT, CAT e SDS ligada ao PSDB.

Nessa recomposição de aparatos arquipelegos, a “depurada” Força Sindical de Paulinho, hoje deputado federal pelo PDT e um dos artífices da candidatura de Ciro Gomes, seria a aliada preferencial da CSC para criar uma nova central, iniciativa a que se somaria também os parcos sindicalistas do PSB. Esse espectro inicial dessa articulação, que está à direita da própria CUT, é justamente a afirmação do “bloco de esquerda” no terreno sindical. Essa foi a tática deliberada pelo PCdoB no encontro convocado pela comissão sindical do partido em meados de abril.

Longe de ter em seus planos romper com o governo, como afirma o PSTU, o PCdoB/CSC está se “relocalizando” defensivamente em um quadro onde o PMDB e o PT controlam os postos chaves do governo e buscam fazer uma transição para um terceiro mandato no marco da correlação de forças internas da atual aliança governista. No plano sindical este “descontentamento” da CSC com a CUT leva o timbre da crítica ao “hegemonismo” praticado pelo PT, uma desculpa “honrosa” para a disputa do botim da autarquia semi-estatal em que se transformou a CUT.

Como o “descontentamento” do PCdoB com Lula não tem qualquer base programática, sua articulação parlamentar e sindical tem como principal objetivo ampliar seu peso político na frente popular. Tanto que no próprio artigo no Vermelho que relata as “reflexões” de seu encontro sindical, o PCdoB afirma, para não deixar qualquer dúvida de seu apoio a Lula que “A eleição e a consolidação de governos progressistas trazem nova realidade política para a América Latina. Abre-se mais espaço para a luta por um projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, soberania nacional e perspectiva socialista. No Brasil, essa trajetória foi revigorada no ano passado, com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva” (Vermelho, 20/04).

PSTU ADOTA UMA POLÍTICA DE “FRENTE DE AÇÃO” E DE “UNIDADE” ALHEIA AO TROTSKISMO

Embarcar na política patrocinada pela direção do PSTU, que afirma que a CSC “ainda não rompeu com o governo” como se os neo-stalinistas convertidos à democracia dos ricos estivessem, de fato, em via de fazê-lo, pavimenta o caminho da completa desmoralização política para os ativistas combativos que militam na Conlutas.

Essa política está na contra-mão da verdadeira unidade para armar o movimento operário para derrotar o governo Lula, na medida que desarma os lutadores e subordina o programa da Conlutas as iniciativas do PSTU, limitadas ao terreno da “unidade” com os governistas, além de estabelecer um cordão de contenção preventivo à latente rebeldia popular.

Essa conduta que faz da unidade um verdadeiro fetiche, buscando-a a qualquer preço, em nada tem a ver com a política de frente única defendida por Trotsky. No texto Comunismo e Sindicalismo, elaborado em outubro de 1929 para polemizar com o PC francês, Trotsky escreve: “Passaram-se oito anos desde o rompimento sindical na França. Durante esse tempo, ambas as organizações ligaram-se definitivamente a partidos políticos mortalmente hostis. Em tais condições, seria alimentar esperanças vãs pretender unificar o movimento sindical mediante um simples chamado à unidade. Declarar que sem a unificação prévia das duas organizações não só não é possível a revolução, mas tampouco uma séria luta de classes significa fazer depender da corrupta camarilha sindical dos reformistas o futuro da revolução. Na realidade o futuro da revolução não depende da fusão dos dois aparelhos sindicais, mas sim da unificação da maioria da classe operária ao redor de bandeiras e métodos de luta revolucionários. Atualmente a unificação da classe operária só é possível mediante a luta contra os colaboracionistas de classe (partidários da coalizão), que se encontram não apenas nos partidos políticos, mas também nos sindicatos”.

As posições defendidas pelo PSTU são a negação das lições nos deixadas por Trotsky. O PSTU alimenta esperanças vãs no PCdoB, subordina a luta de classes à unidade com as camarilhas sindicais reformistas, saliva por uma fusão de aparelhos sindicais com um partido governista contra-revolucioná rio e, em função dessa política, rebaixa a luta contra os colaboracionistas de classe, que estão não apenas no PCdoB, mas na CMS de conjunto, na direção do MST e na Intersindical, só para citar alguns exemplos.

A “unidade” com a CSC, apresentada pelo PSTU como uma grande vitória, na verdade é um abraço de urso em favor do governo Lula. Prova disso é que no próprio sítio do PCdoB em que anuncia agenda comum de manifestações para maio, que “une” desde a CUT até a Conlutas, o PCdoB alerta: “Durante reunião na semana passada na sede nacional do MST, em São Paulo, os movimentos e entidades que organizam o ‘maio vermelho’ fecharam um acordo informal de não atacar a imagem pessoal de Lula” (Vermelho, 29/04), leia-se para preservar o governo da frente popular.

Esse acordo já se refletiu na convocatória da jornada de luta do dia 23 de maio assinada pela CMS, CUT, UNE, UBES, MST, Conlutas e Intersindical, elaborada na reunião que o PCdoB saúda como um avanço, cujo eixo é se manifestar “contra a política econômica do governo federal”, ou seja, pressionar o governo Lula a mudar sua política, uma reedição tardia da velha cantilena do “governo em disputa”.

O mais irônico é que alguns agrupamentos ainda criticam o PSTU pela sua adesão atrasada e sua timidez na política de unidade sem princípios. É o caso da LER-QI, grupo “satélite” do PTS argentino, sem capacidade própria de elaboração acerca da conjuntura nacional. Chamando a Conlutas e a Intersindical à “responsabilidade” a LER-QI lamenta: “O Encontro do dia 25 mostrou a debilidade que as direções do PSOL e do PSTU têm. As direções destes partidos, que se entusiasmaram tanto com a presença do MST e do PCdoB no Encontro, se recusaram a votar uma política para incidir na base da CUT e das outras centrais. Agiram como se a unidade do dia 25 fosse suficiente para levar adiante a luta contra as reformas de Lula, quando todos sabemos que não é” (Palavra Operária, n° 30, abril/2007). O que aconselha a LER-QI nada mais é do que, como disse Trotsky, “declarar que sem a unificação prévia das duas organizações não só não é possível a revolução, mas tampouco uma séria luta de classes significa fazer depender da corrupta camarilha sindical dos reformistas o futuro da revolução”.

A LER-QI, que se opõe a ruptura dos sindicatos com a CUT justamente porque alega que essa política está baseada no “divisionismo” e covardemente se cala nos fóruns da Conlutas quando se trata se denunciar cara a cara as capitulações do PSTU, defende que a Conlutas aprofunde sua submissão aos governistas, em uma ampla frente de centrais que abarque também a Força Sindical, a CGT, SDS, ...!!! Trata-se de levar ao extremo a orientação do PSTU e de liquidar a própria Conlutas como um instrumento de luta que agrupa um setor dos lutadores que mantém um certo grau de independência do governo Lula. Por isso, esses conselheiros de direita do PSTU defendem que “Seria mais necessário do que nunca neste momento um chamado à unidade de todos os trabalhadores e de todos os sindicatos deste país” (Palavra Operária, n° 30, abril/2007), o que de fato não passa de um chamado a unificar os aparatos sindicais para abortar as lutas.

NÃO À UNIDADE CONTRA-REVOLUCIONÁ RIA PRA PRESERVAR O GOVERNO LULA! PELA UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA NA LUTA DIRETA REVOLUCIONÁRIA DERROTAR OS PATRÕES E O GOVERNO DA COALIZÃO BURGUESA (PT, PCdoB, PMDB...)

O ativismo classista deve rejeitar essa política suicida do PSTU e forjar a unidade da classe operária sobre a base de uma plataforma revolucionária de ação direta, para derrotar o governo burguês da frente popular.

O fetiche da unidade, alimentado pelo PSTU e seus satélites é um obstáculo à vitória da classe operária no próximo período, uma conjuntura que apresenta sinais latentes de rebelião popular. Os lutadores agrupados na Conlutas e a militância classista que se organiza no PSTU devem se opor a essa política criminosa de unidade com os governistas do PCdoB, que utiliza a nossa mobilização classista para negociar mais espaço e cargos no governo. Nossa luta é para, através da ação direta, construir as condições para a convocação de uma greve geral para derrotar Lula e suas reformas, arrancando na luta as reivindicações mais sentidas do povo trabalhador na perspectiva da construção de uma alternativa de poder revolucionário.

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