Na madrugada do dia 16 de setembro de 1982, milicianos libaneses da Falange, aliados do então ministro da defesa de Israel, Airel Sharon, invadiram os campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, assassinando cruelmente cerca de 3.500 pessoas que em sua imensa maioria eram mulheres, crianças e idosos.
O massacre que durou quase três dias foi friamente calculado e não encontrou a menor resistência. Menos de um mês antes, os milhares de combatentes da OLP que se encontravam no território libanês foram obrigados a se exilar na Tunísia e na Síria para dar fim à guerra iniciada por Sharon em 06 de junho de 1982 com a intenção de varrer os palestinos do Líbano. Um acordo assinado com a mediação direta de Philip Habib, representando o presidente estadunidense Ronald Reagan, garatiu que Israel não entraria em Beirute Ocidental e não atacaria os palestinos dos campos de refugiados; que Béchir Gemayel, futuro presidente libanês, e os falangistas não fariam nada; e que o Pentágono se responsabilizaria pelo cumprimento desses compromissos.
A OLP cumpriu sua parte do acordo. Israel, Estados Unidos e os falangistas não. Em 14 de setembro Gemayel foi assassinado. Dois dias depois teve início o banho de sangue. A ordem era matar tudo o que se movia e nem cachorros, gatos e cavalos foram poupados. Mulheres grávidas tiveram os fetos arrancados. Corpos mutilados, esfaqueados e degolados se empilhavam pelo chão.
Vinte cinco anos depois, o carniceiro Ariel Sharon segue livre e impune moribundo em um leito de hospital. Mas apesar do seu sonho de construir a Grande Israel por sobre os escombros da Palestina, a resistência heróica do povo palestino continua. Nossa homenagem às vítimas do holocausto de Sabra e Chatila: não esqueceremos!
Para ler mais:
- Quem vai lembrar de Sabra e Chatila?, do jornalista Lameh Smeili, publicado no Blog do Bourdoukan;
- Sharon, o homem-guerra - A política dos assentamentos, no portal História por Voltaire Schilling;
- História de um massacre anunciado, de Pierre Péan, publicado no Le Monde diplomatique;
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