Há algum tempo, nossa redação vinha discutindo a necessidade escrever sobre a telenovela da rede Globo Duas Caras, o mais novo lixo televisivo da emissora. A importância dessa pauta está no fato de que Agnaldo Silva, ex-suposto-progressista e autor da mesma, ataca constantemente o movimento organizado. Fora, é evidente, todo o resto de preconceito e padrões sociais impostos que não são mérito de Duas Caras: assim operam as novelas, para determinar comportamentos e criar falsas realidades.
Foi também uma sugestão do nosso leitor Diogo, que já militou no movimento estudantil. Com toda razão, ele classificou o programa de “ofensa a todos os militantes”.
Para a nossa alegria, Gabriel Priolli, jornalista e professor da PUC-SP, escreveu uma boa análise do folhetim de Agnaldo Silva. O texto Duas Caras para um só discurso foi publicado no Observatório da Imprensa no dia 22 de janeiro passado. Priolli destaca que “delineia-se ali um perfil de regressão geral no debate democrático e de fortalecimento do ‘pensamento único’, ou do pensamento conservador que a máquina coordenada da mídia quer fazer passar por verdade universal”. O pensamento único, nesse caso, é o liberal, e seus emissores “fazem proselitismo de seu ideário, em absoluta sintonia com a perspectiva patronal”.
Neste artigo, Priolli detém-se em dois aspectos. O primeiro deles, o ataque à organização estudantil, é o mais gritante. Atualmente, o conflito da novela é o caso de racismo em que o estudante negro Rudolf Stenzel (Diogo Almeida) é estereotipado com um militante mau-caráter, desonesto e oportunista. O reitor Francisco Macieira (José Wilker) é a vítima do oportunismo de Rudolf que o acusa de racismo.
Antes disso, uma ocupação de reitoria – ou invasão, como prefere a Globo – na Universidade Pessoa de Moraes mostrou um movimento estudantil que depredou o patrimônio e fez negociatas com professores oportunistas. Nada a ver com a realidade das ocupações de reitoria que varreram o país em 2007.
O outro aspecto é a favela da Portelinha, um paraíso sem crime, sem violência, sem tráfico. O ditador Juvenal Antena (Antônio Fagundes) é o líder do povo na favela. Ele tem práticas antidemocráticas, nunca realizou uma reunião de bairro sequer para ouvir os moradores, mas é o mocinho incontestado e adorado por todos.
Felizmente, a audiência da novela não está entre as melhores da rede Globo. A novela iniciou com 40 pontos no Ibope, considerados baixos para horário e perfil de programação. Contudo... o folhetim vem disparando em anúncios comerciais. Isso sugere uma reflexão.
Leia aqui o artigo de Gabriel Priolli.
Foi também uma sugestão do nosso leitor Diogo, que já militou no movimento estudantil. Com toda razão, ele classificou o programa de “ofensa a todos os militantes”.
Para a nossa alegria, Gabriel Priolli, jornalista e professor da PUC-SP, escreveu uma boa análise do folhetim de Agnaldo Silva. O texto Duas Caras para um só discurso foi publicado no Observatório da Imprensa no dia 22 de janeiro passado. Priolli destaca que “delineia-se ali um perfil de regressão geral no debate democrático e de fortalecimento do ‘pensamento único’, ou do pensamento conservador que a máquina coordenada da mídia quer fazer passar por verdade universal”. O pensamento único, nesse caso, é o liberal, e seus emissores “fazem proselitismo de seu ideário, em absoluta sintonia com a perspectiva patronal”.
Neste artigo, Priolli detém-se em dois aspectos. O primeiro deles, o ataque à organização estudantil, é o mais gritante. Atualmente, o conflito da novela é o caso de racismo em que o estudante negro Rudolf Stenzel (Diogo Almeida) é estereotipado com um militante mau-caráter, desonesto e oportunista. O reitor Francisco Macieira (José Wilker) é a vítima do oportunismo de Rudolf que o acusa de racismo.
Antes disso, uma ocupação de reitoria – ou invasão, como prefere a Globo – na Universidade Pessoa de Moraes mostrou um movimento estudantil que depredou o patrimônio e fez negociatas com professores oportunistas. Nada a ver com a realidade das ocupações de reitoria que varreram o país em 2007.
O outro aspecto é a favela da Portelinha, um paraíso sem crime, sem violência, sem tráfico. O ditador Juvenal Antena (Antônio Fagundes) é o líder do povo na favela. Ele tem práticas antidemocráticas, nunca realizou uma reunião de bairro sequer para ouvir os moradores, mas é o mocinho incontestado e adorado por todos.
Felizmente, a audiência da novela não está entre as melhores da rede Globo. A novela iniciou com 40 pontos no Ibope, considerados baixos para horário e perfil de programação. Contudo... o folhetim vem disparando em anúncios comerciais. Isso sugere uma reflexão.
Leia aqui o artigo de Gabriel Priolli.
Um comentário:
É, mas agora o Evilásio (Lázaro Ramos), parece que vai acabar com o gestão ditatorial do Juvenal e vai instaurar uma democraciazinha capenga. Quanto ao Rudolph, ele parece ser um burguesinho metido a militante sem ideiais sólidos..Outra coisa, numa fala do Juvenal ele ataca as ONGs dizendo que "mamam nas tetas do governo", para mim soou como uma provocação ao regime neoliberal.
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