quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Brecht: O Manifesto

Bertold Brecht, é uma referência em poesia militante. Em 1945, iniciou um elogio ao Manifesto, o Das Manifest, que só foi conseguir concluir em 1955, um ano antes de sua morte.

Por conta da extensão do poema publicamos no blog somente a primeira estrofe, mas recomendamos a leitura do texto que pode ser lido na íntegra aqui.

O MANIFESTO

Guerras destróem o mundo, e entre os destroços circula
Visível e imenso, um fantasma; não foi a guerra que o gerou.
Também na paz ele já era visto, terrível aos governantes,
Amável com as crianças do subúrbio. Em cozinhas modestas
Espiou tantas vezes, contrariado, cheio de ira, as panelas vazias.
Tantas vezes aguardou o esgotado, ante buracos e estaleiros.
Visitou amigos no cárcere, passando os controles sem passe
Tantas vezes. Mesmo em escritórios ele é visto, e ouvido
Nos auditórios. De tempos em tempos, põe um chapéu de aço,
Entra em tanques gigantescos e voa com bombas mortais.
Fala várias línguas, todas elas. E silencia em muitas delas.
É convidado de honra nos barracos, deixa inquietas as mansões.
Para mudar tudo e ficar para sempre, ele veio; seu nome é Comunismo.

Nenhum comentário: