sexta-feira, 14 de março de 2008

Jornada de lutas contra altas tarifas de energia elétrica

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza, desde segunda-feira, dia 10 de março, ações em vários estados brasileiros. É a Jornada de Lutas do 14 de março, Dia Internacional de Lutas contra as Barragens. O tema central da jornada é o preço das tarifas de energia, tanto que a campanha levou o nome de “O preço da luz é um roubo”. O MAB denuncia o atual e injusto modelo energético, reforçado pelas privatizações, que favorece as grandes empresas e cobra tarifas altíssimas da população.

De acordo com o movimento, as mobilizações já atingiram 10 estados. O movimento reivindica cadastramento e aplicação do desconto da Tarifa Social para 18 milhões de famílias que têm direito; 100kwh/mês gratuitos para todas as famílias de baixa renda; igualdade de preço entre o valor pago pelas grandes empresas e pelas famílias; fim dos aumentos de tarifas.

Alguns protestos
Rondônia:
700 ativistas ocuparam a Unidade Termelétrica Rio Madeira no Bairro Nacional, em Porto Velho.

Tocantins: 200 ribeirinhos e trabalhadores rurais sem terra bloquearam a entrada da obra da barragem de Estreito. Houve repressão policial, mas os ativistas permaneciam acampados no local aguardando a chegada de indígenas para reforçar a ação.

Ceará: 700 pessoas de Castanhão, Jaguaribe e Macito Baturité ocuparam o canteiro de obras do Canal da Integração. No local, estão situadas diversas indústrias siderúrgicas que recebem água, enquanto a população amarga a seca nordestina.

Paraíba: ato na quinta-feira, 13, com moradores da Grande João Pessoa, em frente à Saelpa, distribuidora local.

Pernambuco: 300 manifestantes fizeram uma marcha na BR 428 contra a construção da Barragem de Riacho Seco, prevista no projeto da transposição do Rio São Francisco. A obra atingirá os estados de Pernambuco e Bahia.

Rio Grande do Sul: 400 ativistas fizeram manifestação na Usina Hidrelétrica de Machadinho. No município de Erechim, moradores da periferia fizeram a entrega coletiva das autodeclarações que garantem a Tarifa Social, na sede da Rio Grande Energia (RGE).

Florianópolis: 100 integrantes do MAB fizeram a entrega coletiva das autodeclarações que garantem a Tarifa Social, na sede da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A (Celesc).

Paraná: 1.000 ativistas ocuparam a Usina Hidrelétrica de Salto Santiago, hoje multinacional, no rio Iguaçu.

Alguns dados importantes


BRASIL 10% do potencial hídrico energético do mundo (3º lugar no planeta); maior tarifa do mundo

Desde as privatizações (governo FHC, 1994-2002), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajustou as tarifas residenciais em 386,2%.

De cada 10 famílias atingidas por barragens, sete são expulsas sumariamente, sem direito a nada.

Mais de 21% do mercado nacional de distribuição de energia elétrica está nas mãos de um mesmo grupo que controla a Light (RJ) e a Eletropaulo Metropolitana (SP). Pela lei, cada empresa pode controlar apenas 20%.

Mais de 70% da distribuição de energia elétrica está privatizada.

Com a privatização, foram arrecadados 22,1 bilhões de reais. Desses, 48% era dinheiro público (BNDES e fundos de pensão estatais).

105.000 postos de trabalho (50% da mão-de-obra) foram extintos pelas empresas após a privatização.

O Grupo Tractebel comprou a Eletrosul por US$ 760 milhões. A empresa valia US$ 7,43 bilhões.
Fontes: Movimento dos Atingidos por Barragens

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