sábado, 4 de outubro de 2008

Paul Lafargue: Credo

O portal português resistir.info publicou dois textos de Paul Lafargue, genro de Karl Marx, que fazem parte do livro "A religião do capital" de 1887. Os textos são paródias das orações cristãs "Credo" e "Pai Nosso". Como o momento de crise deve estar de fato apavorando os adoradores do deus-mercado, é de se ficar imaginando os grandes capitalistas fazendo suas orações e tentando reafirmar suas crenças. O texto de Lafargue se encaixa como uma luva para a ocasião.

Creio no Capital que governa a matéria e o espírito;

Creio no Lucro, seu filho legítimo, e no Crédito, o Santo Espírito, que dele procede e é adorado conjuntamente;

Creio no Ouro e na Prata que, torturados na Casa da Moeda, fundidos no cadinho e batidos na balança, reaparecem ao mundo como Moeda legal e que, consideradas demasiado pesadas, depois de terem circulado sobre toda a terra, descem às caves do Banco para ressuscitar como Papel-moeda; creio na Renda a cinco por cento, a quatro e a três por cento igualmente e na Cotação autêntica dos valores; creio no Grande Livro da Dívida Pública, que garante o Capital contra riscos do comércio, da indústria e da usura; creio na Propriedade individual, fruto do trabalho dos outros, e na sua duração até ao fim dos séculos; creio na Eternidade do Assalariamento que desembaraça o trabalhador das preocupações com a propriedade; creio no Prolongamento da jornada de trabalho e na Redução dos salários e também na Falsificação dos produtos; creio no dogma sagrado: COMPRAR BARATO E VENDER CARO; e igualmente creio nos princípios eternos da nossa muito santa igreja, a Economia política oficial.

Amém.

4 comentários:

Anônimo disse...

O referendo constitucional no Equador já aconteceu faz uma semana, e a Nova Constituição foi aprovada com 63% de votos pelo SIM.

Aquela matéria sobre a Odebrecht ainda não foi tirada do site do PSTU por pura preguiça?

Isso que é um site "atualizado"...

Anônimo disse...

É que esse pessoal que atualiza o site do PSTU é adepto daquele meu livro, "O Direito à Preguiça"...

Anônimo disse...

O dia que vocês tiverem algum peso social mínimo entre a população trabalhadora brasileira, eu posso pensar em ajudar a carregar a bandeira vermelha de vocês.

Mas, enquanto vocês forem incapazes de dialogar com as massas, e tiverem resultados eleitorais pífios como o deste ano, em que não conseguiram eleger um vereador sequer, em cidade nenhuma do Brasil, eu não perco meu tempo com vocês...

Se for pra lutar junto com vocês no sindicato quando necessário, tudo bem... Mas não vou perder tempo sendo militante de um partido sem nenhum peso social como o PSTU...

Lu Candido disse...

ESCLARECIMENTO AOS DOIS PRIMEIROS COMENTÁRIOS
O site do PSTU é mantido através de esforço de militantes que também atuam na realidade concreta da luta de classes. Ao contrários de outros sites da "esquerda", não conta com recursos materiais de gabinetes parlamentares ou até mesmo de empresários. Também não tem dezenas de redatores pagos como a empresa burguesa. Por isso, é mais que natural que não tenha o mesmo ritmo.
De qq forma, o debate sobre a Odebrecht no Equador continua atual caso o leitor anônimo queira discutir.