“Na manhã que nascia encontrei / o que na noite tardia desejei / e vou feliz a cantar por aí...”
Angenor de Oliveira, o Cartola, completaria cem anos amanhã, 11 de outubro. O carioca e mangueirense roxo, nascido no bairro do Catete, passou dos oito anos de idade até os últimos dias de sua vida no Morro da Mangueira. Por um erro de grafia do cartório, seu nome, que deveria ser Agenor, recebeu um “n” a mais.
O sambista foi tipógrafo e pedreiro, e sempre boêmio. Em 1925, com Carlos Cachaça, fundou o Bloco dos arengueiros, que daria origem, em 1928, ao Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, a segunda escola de samba do Rio de Janeiro. O nome e a alegre combinação de cores verde e rosa, foi Cartola quem deu.
Casou-se com Dona Zica, a paixão de sua vida. Para ela, compôs “As Rosas não falam” e “Nós dois”, entre outras. Cartola morreu de câncer, aos 72 anos.
A amada mal-agradecida
No carnaval de 2008, ano do centenário de Cartola, a sua tão querida Mangueira, a quem se dedicou a vida inteira, resolveu homenagear o frevo. Em 2009, o enredo é baseado no livro de Darcy Ribeiro, Povo Brasileiro: “A Mangueira traz os brasis do Brasil mostrando a formação do povo brasileiro”. Assim, de forma triste e lamentável, o centenário do fundador vai passar batido pelo G.R.E.S., que completa 80 anos este ano.
Para ver:
Ganga Zumba (1964), de Cacá Diegues
Cartola – Música para os olhos (2006), de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda
Para ler:
SILVA, Marília T. Barboza e OLIVEIRA FILHO, Arthur. Cartola, os Tempos Idos. Rio de Janeiro: Funarte, 1983.
Cartola. História da Música Popular Brasileira, volume 17, São Paulo, Abril Cultural,1971.
Cartola. Nova História da Música Popular Brasileira, volume 15, São Paulo, Abril Cultural, 1977.
BÔSCOLI, Ronaldo. Cartola, uma Vida a Passo e Compasso. Manchete, nº 1337, Rio de Janeiro, Bloch, dezembro 1977, p. 62 - 65.
FERNANDES, Dirley. A Festa do Divino. Manchete, nº 2394, Rio de Janeiro, Bloch, fevereiro 1998, p. 86 - 91.
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