Nossa companheira Vera Lúcia concedeu nos útlimos dias entrevistas para o Jornal da Cidade e para o Jornal do Dia.
Abaixo destacamos dois trechos das entrevistas. O primeiro trecho se trata da resposta se ela não teme perder votos com a radicalidade de sua candidatura. Eis a pergunta e a resposta de Vera.
JD- O PSTU é visto como um partido muito radical, com movimentos contra o FMI, de defesa da suspensão do pagamento da dívida externa, além de outras bandeiras que foram levantadas. A senhora não teme que essa radicalidade venha a lhe tirar votos na eleição?
Vera - Olha, se vai tirar votos é uma pena, porque os candidatos que até hoje têm se comprometido com a cartilha do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm garantido aos trabalhadores mais miséria, mais precariedade nos seus serviços e a vida do povo não tem melhorado. Nós continuamos dizendo e vamos continuar afirmando que é necessário, para atender os interesses da classe trabalhadora desse País, romper com o pagamento da divida interna e externa, e essa é uma necessidade para atender os problemas que a nossa classe vive hoje, a exemplo da saúde, do transporte e da moradia. Boa parte do Orçamento Geral da União é destinada para o pagamento da divida externa. Então, como é que nós podemos dizer, e ai fica um programa falso, que vai resolver os problemas dos trabalhadores apenas com o Orçamento do Município, se você não discute todo o montante dos impostos que são arrecadados e que boa parte deles vai parar nos bolsos dos banqueiros.
O nossa programa não é apenas para chamar os trabalhadores para o voto porque nós não temos ilusão na eleição, até porque, se ela resolvesse os problemas da nossa classe, com certeza não teríamos problema nenhum. Nós somos convocados a votar a cada dois anos, e o que agente observa com o resultado desse processo é o aprofundamento ainda mais da precarização, do arrocho salarial e do distanciamento social que há entre a classe trabalhadora e a classe dominante deste país. O nosso programa visa prioritariamente chamar os trabalhadores para a sua luta direta, para a luta em defesa dos seus interesses e para mobilizar e organizar a nossa classe em busca dos nossos interesses. Se for via eleição, ótimo se conseguir eleger, e se não eleger vamos continuar na luta.
O segundo trecho trata da resposta de Vera de como se sustentará financeiramente a campanha da Frente de Esquerda.
Será uma campanha modesta, já que será sustentada pelos trabalhadores que nos apóiam. Acreditamos que o nosso gasto será o suficiente para nosso objetivo, que é apresentar um programa classista e socialista nas eleições municipais, tarefa essa abandonada há anos pelo PT e PCdoB. Nos orgulhamos dessa modesta campanha pelo fato de ser sustentada pelo dinheiro suado de nossa classe. Diferentemente das outras candidaturas (DEM, PSDB, PMDB, PT, PCdoB,...) que receberão dinheiro dos grandes empresários, empreiteiras e latifundiários, que depois cobrarão a fatura de seus investimentos, pois como diz o ditado “quem contrata a banda escolhe a música”. Para manter nossa independência política é preciso garantir nossa independência financeira. Assim, nossa campanha será mantida com nosso esforço, militando junto aos trabalhadores de diversas categorias. Não afirmaremos aqui que a verba de nossa campanha é suficiente para ganhar a eleição, só temos a certeza de que não é dinheiro sujo vindo de esquemas de corrupção desviados em malas, cuecas e outros meios.
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