O jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira dedicou quatro notas da coluna Painel para a polêmica de Zé Maria, da Conlutas, com o presidente da CUT. Zé Maria escreveu o artigo "A quem deve lealdade o presidente da CUT", onde critica o silêncio da central, que sabia das demissões com antecedência. O artigo do coordenador da Conlutas (e não presidente, como foi publicado) está disponível no site da Conlutas e no Portal do PSTU. O jornal ainda aproveitou para ensaiar críticas à Conlutas, por não aceitar acordos e redução de salário, e ao sindicato de São José dos Campos, por (sic) divulgar o bloco Acorda Peão em seu jornal, a poucos dias das demissões. Esqueceu de citar as diversas notas do sindicato sobre os boatos de demissão, inclusive a última, há pouco mais de uma semana.
A coluna na íntegra pode ser lida neste link, mas publicamos abaixo as notas sobre o assunto.
Painel
RENATA LO PRETE
Questão de lado
As demissões na Embraer, que levaram Lula a se encontrar ontem com a direção da empresa, desencadearam um tiroteio no mundo sindical. Presidente da Conlutas, à qual é filiado o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, José Maria de Almeida acusa o presidente da CUT, Artur Henrique, de ter dormido sobre a notícia dos 4.200 cortes. "Ele estava na reunião em que Lula foi informado, quatro dias antes do anúncio, e não nos avisou", diz Almeida. "Foi mais leal ao governo do que aos trabalhadores."Procurado, Artur Henrique não se manifestou. A CUT luta na Justiça para rachar a base dos metalúrgicos em São José, criando uma nova entidade exclusiva para os trabalhadores do setor aéreo.
Uma nota só. Sem prejuízo do desabafo de Almeida, muita gente além da CUT critica o sindicato de São José dos Campos por ter tratado a ameaça de demissões na Embraer, durante meses, de maneira "exclusivamente ideológica", sem jamais apresentar um pacote de opções ao massacre que se aproximava.
Mundo da lua. Boletim do sindicato imediatamente anterior às demissões dedicou-se a convocar os filiados para um bloco de Carnaval. Aritmética. Na conversa com Lula, os diretores da Embraer alegaram que, nos últimos seis anos, a empresa contratou 10 mil funcionários, e que, mesmo com as demissões anunciadas, resta um "saldo" de quase 6.000.
Canseira. Enquanto Lula encontrava a cúpula da Embraer, diretores do sindicato dos metalúrgicos tentavam, sem sucesso, marcar audiência com o presidente -já haviam fracassado ao aparecer de surpresa na sexta-feira. Pretendem esperar até amanhã por uma resposta.
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