Saiu assim mesmo, no editorial de 17 de fevereiro:
"Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."
Quer dizer, que a ditadura militar não merece esse nome? E que manteve o acesso à Justiça? o que dizer das torturas, dos familiares que peregrinavam nos quartéis em busca de seus desaparecidos?
A Folha na prática ameniza os crimes da ditadura, tentando tornar esse período "menos pior" e aceitável. O jornal, cuja trajetória está longe de ser de esquerda e inclusive compartilha lembranças nada nobres com o aparelho de repressão da época, foi duramente criticado. Intelectuais escreveram cartas à redação. O jornal respondeu com mais ataques e absurdos.
Chega de manifestantes serem chamados de baderneiros. De moradores pobres e negros serem criminosos. De ditaduras serem ditabrandas. Se você é assinante, escreva pra lá e use as palavras certas. E deixe a sua assinatura também na petição online.