sexta-feira, 22 de junho de 2012

Impressões egípcias


Por Marcia Camargos e Aldo Cordeiro Sauda
(Folha de S.Paulo  20 de junho de 2012)

Há desânimo e até tristeza por aqui. Aumenta o poder militar, a Irmandade decepcionou os eleitores. A primavera parece ter sido só miragem no deserto 

Em meio às primeiras eleições presidenciais do país, um sentimento de tristeza, quase uma depressão nacional, parece ter se apossado do Egito.

No lugar das tradicionais imagens de eleitores sorridentes, imperou o retrato de um voto seco e útil, quase universalmente gerado pela negativa. Sob um calor escaldante, o que vimos nos postos eleitorais estava muito longe da euforia esperada de quem alcança o ponto culminante de um processo desencadeado por uma revolução.

Nas filas para depositar o voto nas urnas, em cabines separadas por sexo, homens vestidos à maneira ocidental justificavam sua aposta no general Ahmed Shafiq, ex-primeiro ministro do ditador Mubarak, pelo temor aos islamistas. (Continuar lendo)

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