Em Buritis (RO), mais dois lutadores foram vítimas da crueldade e da sede de lucro insaciável do latifúndio. No dia 8 de dezembro, Élcio Machado e Gilson Gonçalves, coordenadores do acampamento Rio Alto, que abrigava quase cinquenta famílias, foram torturados e mortos por pistoleiros. O latifundiário Dilson Cadalto foi apontado como mandante do crime.
Abaixo, a nota da Liga dos Camponeses Pobres dá mais detalhes da frieza com que atuam os donos de terras. Agradecemos ao cartunista Latuff pela sugestão de pauta e pelas suas charges que também publicamos aqui.
Abaixo, a nota da Liga dos Camponeses Pobres dá mais detalhes da frieza com que atuam os donos de terras. Agradecemos ao cartunista Latuff pela sugestão de pauta e pelas suas charges que também publicamos aqui.
Latifundiário e bando armado torturam e assassinam camponeses
Fonte: Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
No dia 8 de dezembro, mais dois jovens camponeses foram assassinados por lutarem pela terra em Rondônia. Élcio Machado, conhecido como Sabiá, e Gilson Gonçalves participavam com outras 45 famílias do Acampamento Rio Alto, em Buritis. Élcio era casado e pai de três filhos. Gilson também era casado, mas ele não chegou a conhecer seu filho que deve nascer daqui a quatro meses.
O latifundiário Dilson Cadalto foi o mandante, e seus pistoleiros foram os executores. Eles sequestraram os companheiros quando passavam de moto pela estrada que liga o acampamento à cidade de Buritis.
Amarraram os pés e as mãos de Élcio e Gilson e os torturaram durante horas. Quebraram seus dentes a coronhadas. Com alicates e facas arrancaram as unhas e tiras de couro das costas dos companheiros. Élcio levou um tiro no braço e teve sua orelha esquerda decepada. Ambos foram executados com um tiro de espingarda calibre 12 na nuca.
Este foi mais um crime anunciado. Há vários meses temos denunciado o clima de terror que Cadalto e seus pistoleiros impuseram aos camponeses acampados e vizinhos.
As terras do acampamento Rio Alto são de um antigo Projeto de Assentamento do Incra griladas por Cadalto. Ele tem ganhado rios de dinheiro com a venda de madeira da área e é testa de ferro do deputado estadual Tiziu Jidalias (PP), do ex-senador Amir Lando (PMDB) e de Sobral, delegado da polícia civil de Ariquemes.
Em julho, seu bando armado despejou o acampamento. Eles já chegaram atirando e atingiram um jovem no quadril. Depois colocaram fogo nos barracos, destruindo todos os pertences dos camponeses.
O gerente e afilhado de Cadalto, conhecido como Kaleb, é quem comanda os cerca de 14 pistoleiros. Eles ameaçaram de morte cinco coordenadores, dois camponeses vizinhos, dirigentes de uma Igreja e qualquer um que apoiar o acampamento. Tentaram assassinar dois camponeses que chegavam ao acampamento, que só não foram mortos porque pularam da moto e conseguiram se proteger na mata. Kaleb teria recebido R$200 mil de Cadalto para "limpar a área" e também um caminhão da família do vice-prefeito de Buritis.
Kaleb teria dito aos vizinhos do acampamento que quebrou os dentes dos dois coordenadores e que fará o mesmo com os outros acampados.
Viaturas da Polícia Militar de Buritis e do Comando de Operações Especiais de Ariquemes estiveram na sede da fazenda junto com os pistoleiros.
Veículos com placas frias estão fazendo ronda nas casas de apoiadores e coordenadores da LCP, em Buritis.
Quando a esposa de Élcio ainda aguardava notícias sobre o desaparecimento dos companheiros foi abordada por policiais à paisana no centro de Buritis que disseram com sarcasmo: “Nós te conhecemos. Agora não adianta mais levar bilhetinho para os coordenadores”.
Denunciamos estes e outros crimes inúmeras vezes. Mas a providência que o Ouvidor Agrário Nacional Gercino Filho e o Incra de Rondônia tomaram foi apoiar os crimes do latifúndio e atacar a justa luta dos camponeses pela terra. Como sempre! Gercino e o Incra deram carta branca ao latifúndio para matar, portanto também são responsáveis pelo assassinato de Élcio e Gilson.
Élcio era a principal liderança do acampamento, mas os pistoleiros não conheciam seu rosto. Foi numa reunião no Incra no dia 3 de dezembro que os pistoleiros que estavam presentes puderam identificá-lo. Mais uma vez o Incra cumpriu seu papel de dedurar líderes camponeses para os latifundiários executarem sumariamente.
Punição ao latifundiário assassino Dilson Cadalto, ao Kaleb e pistoleiros!
Corte imediato do PA Rio Alto e entrega das terras às famílias acampadas!
O povo quer terra, não repressão!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Fonte: Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
No dia 8 de dezembro, mais dois jovens camponeses foram assassinados por lutarem pela terra em Rondônia. Élcio Machado, conhecido como Sabiá, e Gilson Gonçalves participavam com outras 45 famílias do Acampamento Rio Alto, em Buritis. Élcio era casado e pai de três filhos. Gilson também era casado, mas ele não chegou a conhecer seu filho que deve nascer daqui a quatro meses.
O latifundiário Dilson Cadalto foi o mandante, e seus pistoleiros foram os executores. Eles sequestraram os companheiros quando passavam de moto pela estrada que liga o acampamento à cidade de Buritis.
Amarraram os pés e as mãos de Élcio e Gilson e os torturaram durante horas. Quebraram seus dentes a coronhadas. Com alicates e facas arrancaram as unhas e tiras de couro das costas dos companheiros. Élcio levou um tiro no braço e teve sua orelha esquerda decepada. Ambos foram executados com um tiro de espingarda calibre 12 na nuca.
Este foi mais um crime anunciado. Há vários meses temos denunciado o clima de terror que Cadalto e seus pistoleiros impuseram aos camponeses acampados e vizinhos.
As terras do acampamento Rio Alto são de um antigo Projeto de Assentamento do Incra griladas por Cadalto. Ele tem ganhado rios de dinheiro com a venda de madeira da área e é testa de ferro do deputado estadual Tiziu Jidalias (PP), do ex-senador Amir Lando (PMDB) e de Sobral, delegado da polícia civil de Ariquemes.
Em julho, seu bando armado despejou o acampamento. Eles já chegaram atirando e atingiram um jovem no quadril. Depois colocaram fogo nos barracos, destruindo todos os pertences dos camponeses.
O gerente e afilhado de Cadalto, conhecido como Kaleb, é quem comanda os cerca de 14 pistoleiros. Eles ameaçaram de morte cinco coordenadores, dois camponeses vizinhos, dirigentes de uma Igreja e qualquer um que apoiar o acampamento. Tentaram assassinar dois camponeses que chegavam ao acampamento, que só não foram mortos porque pularam da moto e conseguiram se proteger na mata. Kaleb teria recebido R$200 mil de Cadalto para "limpar a área" e também um caminhão da família do vice-prefeito de Buritis.
Kaleb teria dito aos vizinhos do acampamento que quebrou os dentes dos dois coordenadores e que fará o mesmo com os outros acampados.
Viaturas da Polícia Militar de Buritis e do Comando de Operações Especiais de Ariquemes estiveram na sede da fazenda junto com os pistoleiros.
Veículos com placas frias estão fazendo ronda nas casas de apoiadores e coordenadores da LCP, em Buritis.
Quando a esposa de Élcio ainda aguardava notícias sobre o desaparecimento dos companheiros foi abordada por policiais à paisana no centro de Buritis que disseram com sarcasmo: “Nós te conhecemos. Agora não adianta mais levar bilhetinho para os coordenadores”.
Denunciamos estes e outros crimes inúmeras vezes. Mas a providência que o Ouvidor Agrário Nacional Gercino Filho e o Incra de Rondônia tomaram foi apoiar os crimes do latifúndio e atacar a justa luta dos camponeses pela terra. Como sempre! Gercino e o Incra deram carta branca ao latifúndio para matar, portanto também são responsáveis pelo assassinato de Élcio e Gilson.
Élcio era a principal liderança do acampamento, mas os pistoleiros não conheciam seu rosto. Foi numa reunião no Incra no dia 3 de dezembro que os pistoleiros que estavam presentes puderam identificá-lo. Mais uma vez o Incra cumpriu seu papel de dedurar líderes camponeses para os latifundiários executarem sumariamente.
Punição ao latifundiário assassino Dilson Cadalto, ao Kaleb e pistoleiros!
Corte imediato do PA Rio Alto e entrega das terras às famílias acampadas!
O povo quer terra, não repressão!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
Um comentário:
É muito importante que essa matéria seja divulgada pelos quatro cantos do Brasil, para tanto o PTdoB Capanema-Pará publicou em seu blog oficial.
O PSTU está de parabéns pela sua coragem e força em defender o nosso povo brasileiro. O PTdoB de Capanema-Pará solicita, se o caso for, qualquer material de trabalho voluntário.
Sem mais,
Carlos Corrêa Lima Filho
Secretário
http://ptdobcapanema.blogspot.com/
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