sábado, 5 de setembro de 2009

Três dias de greve do peão em Belém

constmat A greve do peão em Belém iniciada na quarta-feira, dia 02, foi marcada por grande radicalidade por parte dos trabalhadores e repressão por parte da polícia e da justiça burguesa.

No primeiro dia de greve os operários se enfrentaram logo de cara como os seguranças armados nas obras e com o correr do dia tiveram de se enfrentar com a polícia que reprimiu duramente com pancadria, prisões, tiros e gás lacrimôgenio. O portal da Conlutas traz um importante relato do companheiro Wellinta Macedo. Também é possível acompanhar a movimentação da peãozada pelo portal ORM (aqui, aqui e aqui).

No segundo dia uma passeata com cerca de 10 mil trabalhadores cortou as ruas do centro de Belém, enquanto a patronal pedia a abusividade da greve. Veja a cobertura do portal ORM aqui e aqui e a notícia da proibição dos piquetes no blog Espaço Aberto, aqui.

Ontem, dia 4, a greve contou com mais passeatas e ao final do dia a assembléia dos trabalhadores decidiu pela suspensão da greve. Com isso os dirigentes esperam tirar a patronal da posição de que não negocia por que os operários estão em greve. Segundo Ailson Cunha, 'Vamos dizer que fizemos a nossa parte e que agora vamos esperar ser chamados pela patronal para negociar' (…)  'As reivindicações são as mesmas. Se não formos chamados, a greve inicia de novo'. A notícia pode ser lida no portal ORM (aqui) e no blog Espaço Aberto (aqui).

Leia no portal:

Um comentário:

Anônimo disse...

E o peão Raimundão, operário da construção civil do Ceará, foi para o PSB, como divulga a LBI????

PSTU perde principal dirigente operário para PSB de Ciro Gomes

O principal dirigente operário do PSTU e até então a mais importante figura pública do partido no Ceará, o sindicalista Raimundo Pereira, mais conhecido como Raimundão, acaba de anunciar sua filiação ao PSB. Esta é a legenda burguesa controlada por ninguém menos que o presidenciável Ciro Gomes e seu irmão, o governador Cid Gomes, arquiinimigos dos trabalhadores, responsáveis por reprimir violentamente as greves, decretá-las ilegais via justiça patronal e atacar direitos dos explorados.

O ingresso de Raimundão no PSB aconteceu pomposamente na mesma cerimônia que lançou Ciro candidato a presidente da república e proclamou Cid como novo cacique estadual do partido: “O Governador Cid Gomes foi indicado para ser o novo presidente estadual da legenda. Durante o congresso, foram realizadas filiações de novos integrantes do partido, entre eles Raimundão, sindicalista da área de construção civil” (sítio do PSB, 30/08).

Antes de filiar-se ao PSB, Raimundão havia sido candidato pelo PSTU a senador, governador, prefeito e vereador. Apresentado até pouco tempo como a melhor expressão do "trabalho operário" do partido no Ceará, Raimundão é o principal dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, a mais importante entidade filiada a Conlutas no estado.

Mesmo após o desembarque de Raimun-dão no PSB ter sido amplamente noticiado pelos jornais burgueses de grande circulação do estado (O Povo, Diário do Nordeste), fato que provocou intensa repercussão entre a vanguarda local, o PSTU não tomou qualquer posição pública sobre o caso escandaloso envolvendo seu ex-dirigente. No terreno sindical, a receita até agora foi “fingir-se de morto”: nenhuma assembléia geral da categoria foi convocada para expulsar o traidor, hoje um agente da patronal ligado à CTB, central sindical controlada pela máfia do PSB e do PCdoB.

Para se ter idéia do nível de degradação moral e política do PSTU, que sai do episódio completamente desmoralizado frente à vanguarda classista, Raimundão continua intocável como membro da direção do sindicato, mas não só: mantém-se na qualidade de profissional remunerado, recebendo, como faz há várias gestões, salário pago pelos trabalhadores; porém, agora com as mãos livres para formar sua própria camarilha para agir a serviço dos governos da frente popular e dos patrões entrincheirados no Sinduscon-CE, entidade patronal responsável por impor miseráveis condições de vida aos operários da construção civil.

Como o PSTU é um partido menchevique, refém dos aparatos sindicais e seus privilégios de casta, procura desesperadamente costurar um vergonhoso acordo político com Raimundão com o objetivo de preservar parcialmente o controle do partido sobre a entidade. Obviamente, a pretensão de armar esse arremedo político diplomático podre é insustentável, tendo em vista que a frente popular e o patronato não descansarão enquanto não tomarem o sindicato das mãos da Conlutas e do PSTU, sendo o próprio Raimundão o arquiteto desta ofensiva reacionária, cujo objetivo é fazer do sindicato seu comitê eleitoral em 2010. Esta verdadeira cruzada frente populista encontrará, por sua vez, uma diretoria completamente fraturada diante da própria orientação tradeunionista do PSTU, cujas marcas são as imensas concessões políticas e materiais a pressão do movimentismo e do sindicalismo.