quarta-feira, 28 de junho de 2006

Liberdade aos presos políticos do MLST

No dia 06 de junho de 2006, o Brasil foi inundado por uma campanha descarada de criminalização dos movimentos sociais. A razão: a ocupação do congresso nacional pelo MLST.

Cerca de 500 ativistas se enfrentaram com a segurança do congresso nacional e tomaram de assalto o prédio, com um saldo de 20 feridos e muita quebradeira. Imediatamente, governo, oposição e toda a mídia burguesa desataram uma campanha com o intuito de desmoralizar e criminalizar a ação do movimento. O presidente do congresso Aldo Rebelo, do PCdoB, mandou prender todos os ativistas com a devida aprovação de Lula.

Mas não foi só da direita que disparou contra o MLST. A própria senadora Heloísa Helena, candidata a presidenta pela frente de esquerda que une PSOL-PCB-PSTU foi autora da seguinte declaração: "Eles tinham obrigação de ir ao Palácio do Planalto, que está 'contingenciando' os recursos para a reforma agrária. Agora, isso não é protesto - é um ato de vandalismo, é inaceitável e que deve ter o repúdio da sociedade".

No dia seguinte, como se não bastasse a fala destemperada da senadora, foi a vez de toda a bancada de deputados do PSOL, em nota pública, declarar que: 1) "Deplora que uma manifestação de membros do MLST pela Reforma Agrária tenha se degenerado em atos de violência e vandalismo;", 2) "Defende a apuração completa dos fatos, na forma da lei;", 3) "Entende que o alvo central das manifestações deveria ser o Palácio do Planalto;" e por fim, 4) "entende que o resgate da confiança do povo no Parlamento passa por um processo amplo de moralização da casa".

Ambas as declarações proferidas pelo PSOL causaram um grande reboliço interno no Partido do Socialismo e Liberadade, como se pode acompanhar no portal do PSOL-SP. Abaixo vão as respostas que mais me agradaram:
É inquestionável que o ato do MLST foi fruto de ultraesquerdismo e que em nada contribuiu à luta pela reforma agrária. Não por ter ocupado o congresso, ou mesmo ter promovido o quebra-quebra, mas por ter sido totalmente isolado da luta dos trabalhadores da cidade e do campo. Mas isso não interessa ao MLST, muito menos à CUT ou ao próprio MST, afinal se com 500 ativistas deu no que deu...

O fato é que passados mais de 20 dias, mais de 40 lideranças continuam presas, e é mais do que necessário exigir a libertação dos presos políticos do MLST, tal como faz a companheira Yara Fernandes no portal do PSTU.

No portal do PSTU, vai também o modelo de moção pela libertação dos presos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Camarada, que bom que gostou do meu texto. Achei seu blog procurando meu nome no google. De fato a nota do P-SOL foi muito ruim. A repercussão foi muito negativa nas listas internas do P-SOL. Tiraram a nota do site oficial do P-SOL, mas tem erros que não dá pra apagar.

Tem agora lá no site do P-SOL/SP uma nota do núcleo da unicamp, que vale a pena dar uma olhada.

Abraços.