Gilvan Nascimento, de Salvador
Aproximadamente 3 mil pessoas participaram da passeata do dia 23, realizada no centro de Salvador. A manifestação teve como eixo central a luta contra as reformas neoliberais do governo Lula. O ato foi construído com a presença de Conlutas, Intersindical, Conlute, CUT, CSC, Apub, Andes, APLB da Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia), Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Vigilantes, Fetrab, Sindicato dos comerciários, MSTS e os partidos de esquerda PSTU, PSOL, PCB e PCdoB.
“Esse ato vem como conseqüência do encontro que ocorreu em março e demonstra a necessidade de agregar as correntes políticas para lutar contra as reformas. O que está ocorrendo é a unificação das lutas”, avalia Lana Bleicher, do Andes.
A manifestação ocorreu num período em que a classe trabalhadora começa a ter os primeiros enfrentamentos com o governo Jaques Wagner (PT). Os professores, tanto universitários quanto de escolas secundaristas (esses em greve há mais de 20 dias), se incorporaram ao ato, somando forças para derrotar as políticas do governo federal e estadual, que continuam aplicando a política do Carlismo. “É preciso construir uma luta unificada dos servidores públicos para enfrentar o governo de Jacques Wagner que mantém as mesmas práticas e posturas que estiveram presentes na Bahia durante os 16 anos do PFL e do Carlismo”, afirmou Lucas Ribeiro, militante do PSTU.
Além de Lucas, o professor da Uneb e também militante do PSTU, Zacarias, provocou as direções governistas ao afirmar que “Wagner, em apenas cinco meses, já mostrou que governa para as elites”.
Velhas práticas
Ao final do ato, quando Cecília Amaral, da ASSIBGE e da Conlutas, pegou o microfone, começaram alguns problemas. Primeiro, os governistas tentaram impedir que ela falasse cutucando-a a todo instante. Depois, quando os ataques ao governo ficaram mais firmes e incisivos cortaram o microfone. No momento em que as pessoas, embaixo do carro de som, somado aos protestos da servidora, se manifestaram contra esse autoritarismo, que lembra as velhas maneiras stalinistas de resolver as diferenças, deixaram-na concluir.
“Nós, da Conlutas, estamos nas ruas contra as reformas do governo Lula que tiram direitos, estamos nas ruas contra o PAC que não traz benefícios para os trabalhadores, mas apenas para as elites e aos chefes do agronegócio. E não é possível que a CUT seja a correia de transmissão do governo no movimento”, concluiu.
Para desespero dos dirigentes da CUT, seguiram-se coros contra Lula e contra o governo como: “Ô Lula que traição, essa reforma é reforma do patrão”.
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